Lucro virtual atrai novos olhares
Faturamento do e-commerce alcança R$ 13,6 bi em 2010. Empreendedores investem no setor e comemoram lucros
26 de Fevereiro de 2011
Por: Marcelo Tavares da editoria de economia
Com promessas de ótimas vendas ao micro e pequeno empreendedor, o comércio eletrônico tem atraído a atenção de empresários já estabelecidos ou novos comerciantes que começam logo pela internet. O interesse por esse ramo não é à toa. Segundo pesquisa da empresa de informações do comércio eletrônico, e-bit, o faturamento do setor desde 2005 apresenta crescimentos expressivos. Naquele ano, o faturamento só no Brasil foi de R$ 2,5 bilhões. Em 2010, subiu para R$ 13,6 bilhões. Para 2011, a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara e-net) espera alta de 25% sobre o ano anterior. No mercado de compras coletivas, as perspectivas ainda são melhores. A expansão vai ficar entre 50% e 60% ante 2010.
Os bons resultados não refletem somente no bolso dos empresários. Com as vendas em alta, empreendedores estão contratando mais trabalhadores. A arquiteta Aline Santos decidiu em junho montar a Papeliê, que presta serviço de personalização de festas infantis e de casamento. Ela começou com duas pessoas e hoje, com menos de um ano no comércio virtual, mais do que dobrou a quantidade de colaboradores. Contratou um designer, duas vendedoras, um gerente de produção e mais três auxiliares de personalização.
“Optei pelo comércio na internet porque queria criar um novo negócio, mas que não atrapalhasse na minha atividade principal”, afirma. Além da Papeliê, Aline também tem um escritório de arquitetura. Para alavancar as vendas, a arquiteta utiliza um mix de ferramentas comunicacionais. Redes sociais como Facebook e Twitter e um blog da loja auxiliam na divulgação dos serviços e também mostram os resultados dos trabalhos realizados.
Além disso, buscou fazer o anúncio da empresa em links patrocinados (add sensu). Ela paga para que sites de buscas mostrem o nome de sua empresa em primeiro lugar quando internautas procuram algum serviço.
Em Goiás, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) oferece toda consultoria aos pequenos e microinvestidores interessados em ingressar no mercado virtual. Segundo o gestor da regional metropolitana do Sebrae, Francisco Lima Junior, o órgão está preparado para dar suporte desde o planejamento até a implantação.
Para quem quer iniciar um negócio, as lojas virtuais são uma boa forma de economia. A redução nos gastos são bastante visíveis. Não é preciso ter sede, equipe grande e o estoque não precisa ser alto. Ao mesmo tempo, o empreendedor que ainda não é conhecido precisa investir em segurança para preservar dados das transações financeiras, que na maioria das vezes são feitas por meio de cartões. A orientação é terceirizar a parte financeira. “Existem grandes empresas especializadas em fazer esses tipos de transação”, orienta o gestor.
Elas só repassam o dinheiro ao prestador do serviço depois que o cliente confirma o recebimento da mercadoria. No caso de algum problema na entrega ou defeito no produto, o consumidor tem seu dinheiro devolvido. “São esses tipos de particularidades que garantem o sucesso do empreendimento”, ressalta Francisco.
Planejamento
Ao pensar em montar uma loja virtual, é preciso bom planejamento. De acordo com Francisco, é necessário ainda saber gostos, idade e objetivos. A partir disso é possível traçar diferencial para atrair compradores. As variáveis a serem estudadas para ingresso no mercado eletrônico dependem do nicho de mercado em que o empresário quer explorar. Estudos de posicionamento de mercado diante de um universo com uma gama de concorrentes se tornam fundamentais.
A editora goiana R&F, que publica livros de literatura em geral, entrou no mercado virtual há oito anos a “partir de uma necessidade natural”, diz a escritora e empresária Izaura Ribeiro.
Formada em Tecnologia de Processamento de Dados, a internet sempre foi uma ferramenta viva em sua vida, o que tornou natural a entrada no comércio eletrônico. A criação do site, em 2003, aconteceu em uma época que a internet não era tão popular. O maior entrave foi a difusão do novo espaço. “Com trabalho de divulgação nos livros e verbalmente, formou-se um ciclo que cresceu naturalmente”, conta.
Divulgação é essencial para sobrevivência
Para Francisco Lima, a divulgação é um dos fatores preponderantes para a sobrevivência no mercado. "Fazer anúncio dentro de sites de buscas e até a contratação de assessoria de comunicação, se possível, é necessário", afirma.
Dependendo do tipo de loja que se quer montar, é possível encontrar opções em servidores de sites conhecidos, diz Francisco Lima. Os preços desse tipo de serviço começam a partir de R$ 40.
Internet
Tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei 104/11, do deputado Sandes Júnior (PP-GO), que, se aprovado, vai obrigar empresas que vendem pela internet a informar em seus sites o número do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), além do telefone e do endereço de suas instalações. O texto, antes de ir à votação, ainda deve ser distribuído às comissões técnicas da Câmara.
Segundo Sandes Júnior, o mercado virtual tem sido utilizado por fornecedores desonestos para aplicar golpes nos potenciais clientes. Descumprem a oferta apresentada, entregam material de má qualidade ou deixam de entregar o produto vendido. O projeto prevê que as punições aplicadas aos descumpridores serão de acordo com o Código de Defesa do Consumidor.
Aline, vc é um luxo! Sorte minha ser sua amiga.
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